Peregrinações Jubilares

Um olhar sobre as Peregrinações jubilares

Um olhar sobre as peregrinações jubilares

Um olhar sobre as peregrinações jubilares

O plano de preparação do jubileu do 50º aniversário da inauguração do Santuário
“Cenáculo da Família do Pai”
integra diferentes atividades com tipologia de vivências
distintas, ainda que todas se interliguem e convirjam na mesma finalidade: a
preparação espiritual para a celebração de um acontecimento marcante da história da
Família de Lisboa.

Neste texto destaca-se uma dessas atividades – a peregrinação jubilar – para a qual se
dirige um olhar atento visando uma curta reflexão sobre o seu significado genérico, a
sua apropriação na matriz do Movimento Apostólico de Schoenstatt e a sua projeção
neste jubileu.

Sim, peregrinar significa caminhar ou viajar, em contexto religioso, com um objetivo
determinado; vai-se em busca de algo o que implica clarificar (ou determinar) um
ponto de partida, um trajeto e um ponto de chegada. Esta viagem poderá ser realizada
individualmente ou em grupo e poderá ser considerada como um ritual de desapego,
oração, arrependimento e reflexão.

No Movimento Apostólico de Schoenstatt, as peregrinações fazem parte do fulcro da
sua vida espiritual projetando-se no Santuário. Ali se entrega, se desenvolve e se recebe vida. É o local de experiência de Família, encontro com Deus-Pai, com a Mãe, com o pai-Fundador e com os irmãos, agregando a Família. Nestas peregrinações, há muito de comum com a generalidade das peregrinações, como a fé, a confiança a alegria. Contudo, merece realce algo particularizado no sentido de missão e de apostolado e no reforço de vínculos.

Entende-se que, na assunção destes critérios, as peregrinações tenham surgido no âmbito da caminhada espiritual para o Jubileu referido.

Em número de três foram agendadas para os dias 9 de março, 4 de abril e 15 de junho de 2024 e todas tiveram o mesmo formato.

Assim, o ponto de partida foi a porta sul do mosteiro de Santa Maria de Belém (também conhecido como Mosteiro dos Jerónimos – designação da ordem religiosa a quem o rei D. Manuel I o entregou após a sua construção). Esta porta concentra uma forte complexidade iconográfica onde a figura central é Nossa Senhora. Ela parece ter dado o sinal de partida com o início de um trajeto percorrido em ambiente de oração.
Recitou-se o terço com a meditação dos mistérios luminosos da vida de Jesus; cada mistério apresentou uma invocação, identificada com a metáfora da porta e seguida pelo convite à meditação. Importa recordar, em síntese, a essência de cada um destes
mistérios, com recurso a frases transcritas do texto original.

O 1º Mistério invocou o batismo de Jesus, identificado como a porta da fé. “O batismo
é chamado a porta da fé que nos dá acesso à casa de Deus-Pai, pela Aliança de Amor,
Nossa Senhora leva-nos a Seu Filho e por Ele a Deus-Pai”.
O 2.º Mistério invocou a revelação de Jesus nas bodas de Caná, identificado como a porta do Amor. “Maria bateu à porta do coração do Seu Filho mas não forçou. Contemplar as bodas de Caná é recordar que a porta do nosso coração deve estar sempre aberta aos outros, à comunhão, ao serviço e ao amor.”
O 3.º Mistério invocou o anúncio do reino de Deus, com convite à conversão, identificado com a porta do perdão. “O arrependimento ou a conversão é a porta que nos faz entrar no projeto de Deus. O apelo permanente de Jesus era arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.
O 4.º Mistério invocou a transfiguração de Jesus, identificado na porta da oração. “A oração é a porta de acesso mais direta para Deus. Basta deixar-se elevar e envolver-se pelo ambiente e pela presença divina. Na ata da fundação o Pe. Kentenich pede aos congregados, magnanimidade e uma intensa vida de oração”.
O 5.º Mistério invocou a instituição da Eucaristia, identificada com a porta da eternidade. “A Eucaristia é a porta para a vida eterna.
O Santíssimo Sacramento é a entrada para a eternidade. A Eucaristia abre-nos as portas para o coração de Deus”.

O percurso terminou no designado ponto de chegada – o Santuário Cenáculo da Família do Pai – onde se saudou e aclamou Nossa Senhora Mãe e Rainha três vezes Admirável com, rezando a Salvé Rainha.

Em jeito de resumo apreciativo, regista-se a simbologia tão marcante, quer no ponto
de partida, quer no percurso quer no ponto de chegada.
Exalta-se a preparação cuidadosa de cada uma destas peregrinações e a demonstração do sentido do compromisso.
Foram caminhadas sentidas pela força do testemunho e a vivência de comunhão de família unida na fé que suporta a sua missão.

Ivone Gaspar