Os tempos da Oração

Estar atento ao que Deus nos pede

Os tempos da Oração

Estar atento ao que Deus me pede

Todos os anos, quando o tempo das férias se aproxima, os católicos deparam-se com o dilema da vida de oração. Como mantemos viva a nossa relação com Deus ao mesmo tempo que queremos descansar, passar o tempo com a família e recarregar baterias para o novo ano que se avizinha?
Se é verdade – como tantas vezes nos repetem – que “Deus não tira férias”, também é certo que o próprio Jesus sentiu necessidade de descansar e percebeu essa necessidade aqueles que tinha à sua volta.

No Domingo 21 de Julho o Evangelho iluminou-nos neste tema:

Naquele tempo, os Apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-Lhe tudo o que
tinham feito e ensinado. Então Jesus disse-lhes: «Vinde comigo para um lugar isolado
e descansai um pouco». De facto, havia sempre tanta gente a chegar e a partir que
eles nem tinham tempo de comer. (Mc 6, 30)

Também nós chegamos a este tempo de férias com muita coisa para contar.
Conquistas, derrotas, alegrias e tristezas que marcaram o nosso ano e que queremos partilhar com os que estão à nossa volta e também com Jesus.
Esse é o primeiro convite deste Evangelho:
– partilhar com tempo como foi o nosso ano, quem sabe durante as refeições (que durante as férias podem ser mais demoradas) porque não há pressas nem lugares onde ir, nem testes para os quais estudar. A tentação contrária a esta recomendação do Evangelho é encher o nosso dia com planos, de tal maneira que não tenhamos tempo para estar com os que nos são mais próximos.
Aproveitar os tempos de qualidade para partilhar é também investir na nossa vida interior, porque os vínculos humanos são caminho para e fortalecem a nossa vinculação a Deus.
Surge, no entanto, o segundo convite:
– o de rezar nas férias. Como podemos manter viva essa vinculação a Deus de uma forma mais pessoal? Penso que o primeiro conselho é o do realismo: não podemos pretender que a nossa vida de oração seja tão intensa como numas missões, numa peregrinação ou num tempo de retiro. Manter viva uma vinculação com Deus é também perceber que os tempos de oração respeitam os tempos da minha vida.

Como tal, é fundamental perguntar quais são os pontos centrais na minha vida de oração:
– a missa, o terço, a oração em família, a oração às refeições, …?
Esses são aqueles que estou convidado a cultivar, de maneira constante.
Também é muito importante estar aberto à criatividade na oração:
– contemplar um pôr-do-sol ao final do dia, acordar e dar um passeio em silêncio à
beira-mar ou simplesmente preparar uma refeição para a minha família podem ser a
minha oração diária.

No entanto, talvez sinta o apelo de Deus no meu coração a dedicar-me a algo mais
concreto?

Na nossa família de Schoenstatt existem várias iniciativas nas quais muitos participam durante o Verão:
– missões, acampamentos, retiros;
– também posso sentir o impulso de realizar uma peregrinação a Fátima, a Santiago de Compostela ou a outro lugar de devoção pessoal;
– e ainda existe a possibilidade de dedicar um fim-de-semana no final das minhas férias para um pequeno retiro antes de começar o ano.

Penso que, para qualquer destas opções, o convite é estar aberto e atento ao que Deus me pede através da voz da minha alma. Sem esquecer os vínculos pessoais, os meus pontos de contacto com Deus e o que Ele me possa pedir como algo extraordinário para este ano.

P. Pedro Brás